IMPACTOS SOBRE A MOBILIDADE URBANA, O ELEVADO E
SUA IMPORTÂNCIA PARA “MOBILIDADE URBANA” NO CORAÇÃO DA REGIÃO METROPOLITANA DO
RIO DE JANEIRO.
IMPACTOS SOBRE A MOBILIDADE URBANA
O elevado da Perimetral forma, juntamente com a Av. Rodrigues Alves e
vias complementares, um dos elos fundamentais de um sistema viário crucial no
coração da metrópole.
Esse sistema atende aos deslocamentos com origens e destinos, de um
lado, na Zona Sul e Centro, e do outro, na Zona Norte, Subúrbios da Central e
da antiga Leopoldina, Zona Oeste, Baixada Fluminense, Niterói, São Gonçalo,
Itaboraí,Maricá, Rio Bonito, Região dos Lagos e Serrana, além de plagas mais
distantes. E inclui importantes vias como as pistas do Aterro, a Ponte
Rio-Niterói, a Av. Brasil, a Linha Vermelha, a Linha Amarela, e as BR 040, 101
e 116.O referido conjunto (Perimetral, Av. Rodrigues Alves e vias
complementares) serve, principalmente, ao “tráfego de passagem” (aquela parcela
do tráfego que não tem origem nem destino na área).
O pesar pelo que setores da sociedade carioca
consideram a falta da formação
de um entendimento social amplo e prévio para
tomada de tão drástica e radical decisão.As reais implicações e possibilidades
de convivência do elevado com o projeto “Porto Maravilha”. Exemplos de
convivência de elevados feios com áreas urbanas valorizadas.Sentimento de
ausência de um debate público sobre formas alternativas de se equacionar a
questão estética com a incorporação do elevado ao projeto, o que conduziu à
escolha da opção mais extremamente radical, ou seja, a derrubada do elevado.
POR QUE TANTA PREOCUPAÇÃO COM OS EFEITOS DA DERRUBADA DO ELEVADO SOBRE
MOBILIDADE, SE A PREFEITURA GARANTE QUE VAI SUBSTITUIR A INFRAESTRUTURA
EXISTENTE POR OUTRA COM MAIOR CAPACIDADE DO QUE A ATUAL ?
Pelas seguintes razões, além do sentimento de ausência de uma discussão
ampla e prévia, com a sociedade devidamente informada, sobre a decisão política
de derrubar o elevado:Primeira - os planos urbanísticos no Brasil não têm sido
generosos com o imperativo da mobilidade. Historicamente, nossos projetos de
desenvolvimento urbano subestimam, e muito, as necessidades de espaço viário
(vide Plano Lucio Costa para a Barra da Tijuca). Segunda - a importância do
projeto “Porto Maravilha”, as dimensões da intervenção projetada e os claros
indícios de insuficiência do sistema viário proposto para atendimento ao tráfego
de passagem na área, apesar das declarações em contrário.
A QUESTÃO METROPOLITANA E A MOBILIDADE URBANA:
O QUE O RIO DE JANEIRO TEM DE DIFERENTE?
No caso da Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ), o chamado
Grande Rio, a questão do transporte público torna-se ainda mais premente (NERI,
2010). Trata-se do estado mais metropolitano da federação, que concentra 74%
dos postos de trabalho de todo o estado, sendo 41% na capital e 33% espalhados
nos municípios da periferia, segundo dados do CENSO de 2010. Os resultados
gerais revelaram que o cidadão fluminense está entre os que levam mais tempo se
deslocando de sua casa até o local de trabalho. Segundo a pesquisa, que pela
primeira vez inclui esta informação, 23,1% dos maiores de 10 anos com alguma
ocupação no estado levam mais de uma hora para chegar ao trabalho. A abela 1
mostra que distribuição das pessoas por faixa de tempo de deslocamento de casa
ao trabalho na região metropolitana do Rio de Janeiro é praticamente idêntica a
de São Paulo, diferentemente da média brasileira e de Curitiba.
IMPACTOS DA DERRUBADA DO ELEVADO SOBRE A
ATIVIDADE PORTUÁRIA NO RIO De JANEIRO
A singularidade da Revitalização da Área Portuária do Rio de Janeiro A
revitalização da região portuária do Rio de Janeiro deve ser analisada à luz de
uma singularidade: ao contrário dos principais casos de revitalização de zonas
portuárias no mundo (Londres, Barcelona, Baltimore, San Francisco, Buenos Aires
e outros), onde a intervenção se deu em partes desativadas ou praticamente
desativadas do porto, no Rio, a revitalização está ocorrendo junto a
instalações portuárias ainda fortemente operacionais. O Cais da Gamboa, ao
longo da Av. Rodrigues Alves, com mais de três quilômetros de extensão, e cerca
de duas dezenas de berços de atracação, é a parte mais antiga do porto -apesar
de não possuir uma infraestrutura moderna, é ainda um cais operacional, com
produtividade aceitável para algumas cargas importantes para a cidade, o estado
e o país.
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